Música Indiana

 

 A Origem Da Música
 
 
 
  Segundo Rig veda, Vác (Nád ou Som) existia antes de toda, criação inclusive antes do universo. Existia o Brahman ( o deus supremo) e a energia operativa - a Vác. Foi ela que iniciou o processo de criação. O significado de Vác é muito amplo não restringe somente ao nád, mas significa todas as energias vibratórias. Existem dois tipos de nád - Áhat nád e Ánhat nád. Áhat nád é o som produzido batendo um objeto com outro ou fricção entre os dois provocando vibrações quando Ánhat nád não tem nenhuma razão aparente, é o som primordial e onipresente que é o resultado das vibrações divinas. O universo é dinâmico tendo seu próprio ciclo de contração e expansão. O intervalo inimaginável de tempo entre o principio e fim de uma criação é denominado kalpa ou um dia e noite do Brahma. Na noite do Brahman a natureza fica inoperante - e neste imenso vazio predomina o Anhat nád. Ao amanhecer, Shiva ergue-se do seu êxtase, dançando e enviando através da matéria inerte, ondas vibratórias de som, que desperta começando um novo ciclo de criação e destruição. A figura do Natraja simbolicamente representa esta dança. Os diversos significados desta dança, são transmitidos pelos detalhes da figura do Natraja. O que interessa para nós é o tambor que a mão direita superior segura simbolizando o som primordial da criação.   Este pequeno tambor que se-chama Damaroo representa vibração e ritmo, e é sempre ilustrado nas imagens clássicas do Shiva. (Observaremos nas próximas figuras que, todos os instrumentos de ritmo desenvolvidos posteriormente parecem ser derivados deste.)  
 

  LORD SHIVA    
O significado da palavra Damaroo é a seguinte:
Da - A criação
Ma - A destruição ou transformação
Roo - Os elementos e o universo.  

O som do Damaroo simboliza a criação e destruição. A vibração de átomos de cinco elementos provoca interação (união e separação) entre eles, resultando as situações de transformação ou nascimento e morte. As três importantes silabas produzidas por Damaroo "Bam, Dam e Dim" são consideradas como o mantra "Om". Quando o yogi, no profundo estado de samadhi, depois de começar a ouvir o Anhat nád no estagio ainda mais avançado, ele escuta o som do Damaroo (Megh Garjan). Nos estados avançados de meditação, acessa-se os métodos de conhecimento desconhecidos aos nossos cinco sentidos, e os sábios receberam através de Shiva toda filosofia da vida inclusive yoga e música.

MÚSICA CLÁSSICA INDIANA
A evolução da Música Indiana começa com os Vedas. Esta literatura datada aos milhares de anos foi composta na forma de poesia e era cantada com ritmo. Essas melodias com o tempo integraram a vida inteira do ser humano desde o nascimento até a cremação e assim a música colocou o mito perto da criação e da natureza. Convivendo junto com a natureza o homem começou a aprender o efeito das notas nas estações do ano e isto o ajudou a transformar o trabalho em prazer, pois o canoeiro, o vaqueiro, o pastor, todos tem suas canções que pulsam no ritmo de seus trabalhos.
 
VEDAS - AS SEMENTES DE MELODIA
Entre os quatro vedas, o Samveda é considerado o melhor, inclusive no Bhagavad-Gita, onde Krishna diz :"Vedanam Samvedosmi" "Nos Vedas eu sou Samveda". Os mantras do Rigveda se chamam Ritcha. Quando estes mantras são cantados sem melodia ainda são chamados Ritcha, mas quando são cantados com notas são chamados Sam. Sa significa Ritcha ou Mantra, e Am significa Alap. Mantras cantados com Alap chamam-se Sam.
Os sábios escreveram o Sam, pensando no objetivo da música. O Mahamuni Bharat retirou do o Rigveda a partitura ou as letras do Samveda, do Yajurveda retirou a expressão corporal e do Atharvaveda os extratos, e assim, escreveu o Natya Shastra (o tratado sobre música e teatro).
 
OS RÁGAS
Milhares de anos atrás começou-se a desenvolver o conceito de Rágas. Através de profunda meditação e vivência com a natureza, percebeu-se que certo conjunto de notas deveriam ser invocadas a certas horas, e em certas estações. Esta correspondência é feita entre rágas e os períodos do dia (manhã, tarde e noite), e as estações do ano (primavera, verão etc.). Isto impulsiona a criatividade do músico na direção correta, pois lhe dá a consciência criativa necessária para todas as improvisações que são requisições fundamentais para a música indiana. Foi percebido também que a vibração de certas notas ou conjunto de notas e melodias provocam alterações nos chacras catalisando ou diminuindo suas funções. Estas alterações psicofísicas e energéticas modificam o estado de consciência do músico e do ouvinte.
A ciência moderna está chegando a conclusão de que, a maioria das doenças são psicossomáticas ou resultado de desequilíbrio de energias vitais que fluem dentro do corpo. Na antigüidade os sábios, sabendo o poder do som, usavam a música para restabelecer o equilíbrio energético.
A vibração das 22 artérias é representada por 22 shrutis, determinadas freqüências ou microtons, e os 12 principais shrutis representam doze notas. Cada um dos sons e combinação destes tem um certo efeito sobre a psique humana. Por exemplo, para todo tipo de expansão física e material são usadas os sampoorna rága (os arranjos de 7 notas), e para todo o tipo de redução, das doenças, comportamento violento, etc., são usados os shádava rága (os arranjos de 6 notas). Para um comerciante mal sucedido, serviria um rága diferente do que para um empresário, que queira expandir seus negócios; e para restabelecer o bom funcionamento dos rins não serviria o mesmo rága indicado para um tratamento de emagrecimento.
A música não só afeta aos seres vivos, mas altera o ambiente, o local, inclusive o clima. Existem rágas que tanto podem provocar o fogo, aparentemente trazendo-o do nada, como a chuva. E também mudar o comportamento de uma multidão violenta, para calma ou vice-versa. Na Índia, a música clássica também é utilizada para maiores obtenções na produção do leite de vaca, e para maiores colheitas, dando uma safra rica. Assim a música tem o poder de influenciar os três reinos e os cinco elementos.
 
RELIGIÃO E MÚSICA INDIANA
O Hindu Dharma (hinduísmo) na Índia é conceituado como uma filosofia da vida que esta baseada numa teosofia muito profunda e holística. Esta filosofia trata de todos os aspectos da vida humana como espiritual, social, moral, cultural, econômica, intelectual, etc.. tendo como base o karma e reencarnação e como objetivo o nirvana. Não tendo dogmas, doutrinas e mandamentos, esta filosofia deu uma grande liberdade de pensamento que por sua vez deu origem a diversas interpretações espalhadas por toda Índia, na forma de religiões e seitas. A maioria dos indianos que são hindus aceitam os princípios e disciplina originária dos vedas. Os vedas têm uma afinidade muito forte com música, por isto estabeleceu uma relação também muito forte entre religião e música.
Até hoje a Música Clássica está seguindo as tradições filosóficas milenares que é dar a cada músico a liberdade de improvisações em cima da disciplina rígida dos rágas. Essa liberdade inspirou a formação de clãs (gharanas) cada um criando seu próprio estilo, e o dever do discípulo é levar adiante o estilo do clã.
 
MÚSICA COMO LAZER E DIVERTIMENTO
Música em principio é considerado como prece ou oração e alimento para alma. É um meio de atingir a consciência suprema. Mas nada impede a utilização deste meio para satisfazer os instintos a nível físico e serve para lazer e divertimento. Ao contrário do ocidente, a música popular e apreciada ouvindo, não em bailes e clubes de dança. A dança coletiva é reservada para festas religiosas e acontece nas ruas e praças nos ritmos de música folclórica. Nas apresentações de música clássica a sincronização entre músico e público provoca a tal concentração que todos perdem até a noção de tempo.
 
MÚSICA - DANÇA - TEATRO - CINEMA
Conforme a definição tradicional a música engloba o quadro vocal, instrumental e a expressão corporal que pode ser traduzida como dança e teatro. A dança clássica e popular (folclórica) tem seu próprio espaço na cultura indiana. Geralmente estas peças estão baseadas na mitologia.
A indústria cinematográfica indiana que anualmente produz aproximadamente 800 filmes quantidade igual a Hollywood, também tem grande participação em promover a música. Geralmente todos os filmes tem em média 7 canções baseados na música semi-classica e popular.
 
ESTUDO DA MÚSICA
Existem escolas especializadas onde pode ser adquirido o ensinamento básico da música entre outras matérias. No nível universitário muitas universidades mantém os cursos de música. O curso de graduação geralmente dura quatro anos que da o titulo de bacharel e depois mais dois anos de estudo pode ser adquirido o titulo de mestrado. O tempo para obter o doutorado depende muito da competência de cada um.
Mas todos estes títulos e conhecimento teórico não garantem o sucesso na platéia como vocalista ou instrumentista. Para qual é necessário muita dedicação, prática e orientação e aprendizado com um competente guru.
MODALIDADES A música indiana está dividida nas seguintes modalidades:
- Clássica
- Semi-clássica
- Devocional
- Folclórica
- Popular
 
MÚSICA CLÁSSICA TRADICIONAL NOS TEMPOS ATUAIS
A Música Tradicional Clássica Indiana possui um amplo espaço no cotidiano. A música popular ocidental não tem profunda penetração na Cultura Indiana. Como prova disso não existe nenhuma emissora, tanto de rádio como de televisão, que a transmita.
O que acontece na verdade, é uma fusão no sentido de adaptação instrumental, como exemplo: a guitarra, o sintetizador, o piano, etc.
 
 

DEFINIÇÕES
 
SANGEET (MÚSICA)
Geetam, Vadyam, tatha Nratyam trayam Sangeetmuchyate.
O sangeet e composto de três elementos:-
Gítam - vocal
Vádyam - instrumental
Nratyam - expressão corporal
estas três artes, tendo a sua identidade individual, são mutuamente dependentes, sendo o gítam mais importante, como coração do corpo.
NÁD (SOM)
Qualquer som produzido, com ou sem fricção ou choque de dois objetos, é chamado de nád.
Existem dois tipos de nád:-
Anhat nád:- o som que se produz sem razão aparente (além da capacidade de raciocínio, dos cinco sentidos) e percebido no estado de samádhi é chamado de anhat nád. É parecido com o som que pode ser ouvido tampando os ouvidos com as mãos ou com copos. Quando os yogi atingem certo estado de consciência ouvem este nád continuamente, que pode levar até nirvana, mas não serve para a música.
Áhat nád:- o som produzido por fricção ou choque de dois objetos e pode ser ouvido chama se áhat nád, que é útil na música. Quando áhat nád é aplicado com shruti e swar também leva ao estado de samádhi e conseqüentemente ao nirvána, tão desejado pelos yogi.
SHRUTI
Aquele nád que pode ser distinguido e usado na música é chamado shruti. Por exemplo, um nád de 200 c/s e um outro de 201 c/s são cientificamente dois nád diferentes, quase impossível de distinguir pelo ouvido humano. Mas, se começarmos aumentar a diferença ate chegar perceber auditivamente este intervalo chama se shruti.
A origem dos 22 shruti é o som das 22 principais artérias do corpo humano.
SWAR ou SUR (NOTAS)
Dos 22 shruti foram escolhidos 7 quais correspondiam ao som dos principais animais.
Pavão           Boi         Sapo   Cabra                 Cuco                    Burro            Elefante
1   2     4   5   6   7   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17   18   19   20   21   22
SA               RE          GA      MA                     PA                       DHA              NI
         RE               GA                       MA                       DHA                    NI
Os sete swar acima citados são shuddha (puros)
SA e PA são achal swar (fixos)
Quando RE, GA, DHA, e NI, são movidos para baixo tornam se Komal (bemol). R G D N
Quando MA é movido para cima torna se Tívra (sustenido) M.
O uso terapêutico dos shruti merece um profundo conhecimento dos mesmos, devido ao fato dos efeitos por terem o potencial energético muito poderoso.
A definição clássica do shruti (a origem dos shruti e o som das principais artérias do corpo humano) shruti não tem explicação racional porque foi obtida por métodos de conhecimento não tradicionais.
É possível produzir diferentes shruti através de cordas vocais, instrumentos de corda (sitar, sarod, santoor, violino etc.) e instrumentos de sopro (been, shahnai, flautas de bambu com furos etc.). Os instrumentos de teclas como piano, harmônio tem as freqüências de notas fixas e não podem produzir shruti intermediários.
Obs.:- Alguns swar indianos têm diferença na freqüência em relação as notas ocidentais.
 
 
No. 
Nome do shruti  
Swar 
Freqüência Indiana 
c/s Ocidental  
 Palavra chave e efeito . psíquico  
1 Tívrá  (Do) S 240.00 240.00  Intenso, ardente, forte.   
Equilibra ansiedade. 
2 Kumudvatí 
247.00
Desligamento, independência,   
representada pelo lótus que nasce na lama mas vive acima dela.
3  Mandá (Réb) R 254.12 256.00 Devagar, tardar (calmar), frear.   
Acalma a ansiedade. 
4 Chandovatí  (Ré) 262.00
Vencer os desejos até eliminar-las. 
Dayávati R 270.00 270.00 Compaixão, piedade.   
Gera amor ao próximo. 
6 Ranjaní
 279.00
Recreação, entretenimento.   
Alegra o ambiente.
7  Rakticá  (Mi#)G  288.00 288.00  Princípio masculino, ativo, inspirar. Equilibra as funções ligadas com fluxo de sangue de coração p/ corpo, purificação de sangue, pressão. Fluxo de prana. 
Roudrí  G 301.40  300.00 Terrível, furioso, bravo.   
Representada por Sudarshan chakra do Vishnu ou dança Tándava do Shiva. Acaba com forças do mal.
9 Krodhá
310.70
Fúria, temperamento.   
Equilibra o temperamento 
10 Vajriká (Fá) M 320.00 320.00 Resistente, Forte, simbolizada por vajra do Indra que foi produzido pelos ossos de Maharshi Dadhitchi.   
Aumenta resistência contra as emoções perversas. Usada na terapia ortopédica. 
11 Prasáriní 
329.20 
Expandir, estender, propagar.   
Expansão em todos os níveis - físico, material, intelectual. 
12 Príti   (Fá#)  338.40 337.50 Amor universal, afeição.
13  Márjini 
349.20 
Limpar, purificar, refinar. 
14 Kshiti (Sol)  360.00 360.00 Terra, concreto, realidade.   
Trazer de fantasia p/realidade. 
15 Rakticá 370.60

Princípio feminino,passivo,aspirar  
Equilibra as funções ligadas com fluxo sangüíneo de várias partes de corpo para a coração, energia do prána.
16 Sándípaní (Lab)D 381.17 384.00  Harmonia entre interior e exterior(macrocosmo e microcosmo)
17 Alápiní 
393.10
A modulação primária do som.  
Ligação com a origem. 
18 Madantí  D 405.00  400.00  Vitória sobre o Káma simboliza o terceiro olho do Shiva.  
Vencer os desejos sensuais
19  Rohiní 
418.50
Ascensão e progresso espiritual e intelectual. 
20 Ramyá (Sib) N 432.00 432.00 Sentir beleza da criação.  
Simboliza o Ráslílá, dançar junto com o supremo. 
21 Ugrá  (Si) N 452.09 450.00 Violento, radical.  
Simboliza o energia violenta, radical e determinada para vencer o mal como Ravana, os Kourava. Um recurso muito poderoso mas  
deve ser usado com merecido  
cuidado e na extrema necessidade. 
22 Kshobhiní
466.00
Vencer melancolia e depressão. 
 
   
   ÁROH
Ascendente como :- S, R, G, M, P, D, N, S[
AVROH
Descendente como :- S[, N, D, P, M, G, R, S.
RÁGA
É o arranjo de determinadas notas que, quando for tocadas ou cantadas têm som agradável e conduz a mente e a alma aos níveis superiores de consciência.
As exigências de composição de um rága são as seguintes :-
1. deve conter no mínimo 5 notas.
2. deve ter sua forma ascendente e descendente (para conhecer o rága).
3. deve estar presente a nota M e/ou P.
4. deve ter vádi e samvádi swar, (estas são as notas ou swar mais importante num rága).
SAMAYA (HORÁRIO)
Cada rága tem a hora certa para se cantar ou tocar , o que é chamado samaya.
Por ex.:, rága bhúpálí das 19 às 22 horas, rága biláwal entre 7 às 10 horas, rága pilú e bhímpalásí entre 13 às 16 horas.
ALAP
Ao começar cantar um rága, a gravidade, profundidade e prolongamento de uma nota para outra no som do A>>>>>>>>>>>> se chama aláp.
 
TÁN
São os grupos de notas cantadas todos num só tempo de ritmo, por ex.,
                                              1             2                3              4
R G M P : D N S[ R[ : S[ N D P : M G R S:
ou
S[ N D P : S[ N D P : S[ N D P : M G R S:
 
SARGAM
O solfejo cantado em vários ritmos ou sem ritmo nas improvisações.

VÁDYÁS ( OS INSTRUMENTOS )
 
Os vádyás instrumentos musicais da Índia são divididos em quatro categorias.
1. Tat vádya - instrumentos de corda: São aqueles instrumentos que produzem som através de vibrações das cordas. Estes instrumentos são divididos em outras duas categorias -
a. Tat vádya - Aqueles que são tocados com dedos, unhas ou mijráb. Por ex. viná, sitár, sarod, tánpúrá etc.
b. Atat vádya - Aqueles que são tocados com arco. Por ex. Sárangi, isráj, violino etc.
2. Sushir vádya - instrumentos de sopro: Aqueles que produzem som através de sopro ou pressão do ar. Por ex. flauta, hármonium, shahnái, bín.
3. Avanaddha Vádya - são os instrumentos de percussão que são revestidos de pele de animais como carneiro, crocodilo, veado, cobra. Por ex. mridang, tablá, dholak, dafali, khanjari, nagádá, damaroo, dhol etc.
4. Ghan vádya - Aqueles que produzem som através de batidas. Por ex. jal tarang, manjirá, jhánjh, kartál, ghantá tarang etc.
 
Desde os tempos remotos os instrumentos musicais e técnicas vocais passaram por uma evolução a partir de uma grande influência dos grandes músicos e mestres, tendo uma contribuição valiosa do povo.
A música sempre foi intimamente ligada à religião e principalmente nos sentimentos do povo, contudo não ficou considerado como uma disciplina acadêmica, porém como devoção e filosofia da vida. Por esta razão a música evoluiu ininterruptamente. Considerando-se a música como o âmago do indivíduo, as invasões culturais estrangeiras não obstruíram o caminho da evolução da música clássica.
A seguir apresentaremos uma descrição resumida e figurativa de alguns dos instrumentos musicais, demostrando os resultados dessa evolução.
 
 
Um instrumento muito primitivo feito de frutas secas com sementes. Quando balançado emite som. Brinquedos deste tipo podem ser encontrados no país inteiro. Algumas tribos usam gilabada como girlanda para dançar . Uma série de cumbucas com água são colocadas na forma semicircular. O tamanho, espessura, material das cumbucas e a quantidade d’água variam para produzir as notas corretas. A quantidade das cumbucas depende das escalas e das rágas. O artista toca com pequenas varetas de bambu. Não é muito comum e geralmente é visto nas orquestras. 
 
  
Popular no sul da Índia, o uso de um par de bastão de madeira maciça com ou sem pequenos guizos é usado nas danças folclóricas. 
 
 
Muito popular no estado de Gujrát o dándiá (mesma forma de kolattam) é usado nas danças folclóricas. No festival de Navadurgá o povo dança nas ruas nove noites em seguida. A dança é chamada de Dándiá rás ou Garabá. O deus Krishna é homenageado através desta dança.
 
 
Potes de madeira ou barro, panelas e pratos são de uso musical. O noot por exemplo é um pote de barro usado por cantores de Kashmira e é muito semelhante ao instrumento brasileiro chamado moringa. O Ghatam é usado nos concertos no sul da Índia, e são tocados por palmas e dedos. 
 
 
São dois pratos fundos de metal de todos tamanhos produzem som de notas diferentes. É um instrumento de percussão muito usado nas musicas devocionais. A forma mais simples de Avanaddha vádya é o daff. Uma moldura de madeira ou aço revestido de pele. É encontrada a referência de que este tipo de instrumento vem sendo usado desde 200 A.C. É tocado com varetas. 
 
É um instrumento semelhante ao pandeiro, derivado do daff com pequenos pratinhos de metal colocados na moldura. É usado no norte da Índia. Semelhante ao Khanjari o Khanjírá é usado no sul da Índia. Ele é pequeno com 15 cm. de diâmetro e sem os pratinhos. Revestido com pele de crocodilo ou cobra. Aperta-se a pele com a mão esquerda e toca os com dedos da mão direita.
Este instrumento é muito antigo sendo o derivado mais próximo do Damaroo do Shiva. No norte da Índia é chamado de Pakhávaj e no sul de Mridang e difere um pouco a posição para sentar também. Na era vedica ele era chamado de Pushkar. 
É um instrumento parecido com o berrante. Ele é feito de chifre de boi, e é usado nas danças folclóricas. Antigamente era usado nas batalhas. 
Instrumento de 108 cordas. Suas cordas são tocadas com varetas de madeira mole. Um instrumento de difícil domínio. Um instrumento de sopro, muito popular. Usado nas musicas folclóricas, urbanas e inclusive nos concertos como instrumento solo.
O instrumento mais antigo dos Sushir vádyás. Ela é mundialmente conhecida nas suas diversas formas,e na Índia seu formato mais popular de bambu está associado com a imagem do Deus Krishna.  É derivado da flauta usado muito nos folclore e nas tribos indígenas. O som dela é um pouco mais agudo do que a flauta tradicional.
Feito de abóbora e dois tubos de bambu, este instrumento curioso é usado para hipnotizar as cobras e, principalmente, najas.  É um instrumento de 40 cordas esticadas sob uma caixa oca de madeira. Serve para acompanhamento vocal, afinando em três oitavas.

É um instrumento de 9 cordas principais e 15 de ressonância cuja parte inferior é coberta de pele e a superior de metal.  Considerada rainha dos instrumentos sendo o mais antigo dos instrumentos de cordas e a mais favorita da Deusa Sarasvati. (Deusa da sabedoria e música)
Foi inventado pelo músico Hazrat Ameer Khusaro no século XIII pelo nome de Sehtar. É um derivado do Veená. Em princípio tinha três cordas e hoje tem até vinte. Pt. Ravi Shankar foi o pioneiro dos tempos modernos para sua popularização no mundo ocidental. É um derivado de Rávanástram que originou também o violino. Tocado por um arco de fios de cabelos, embaixo das cordas contém uma fina camada de pele que produz ressonância. Instrumentos semelhantes são usados por várias tribos na Índia.
Este derivado de Veená, é o instrumento de cordas mais popular da Índia para acompanhamento vocal e instrumental. O tánpurá também é usado nas orações e meditações. A ressonância dele manifesta a sagrada divina harmonia do cosmo nos vários níveis de realidade. A repetição padronizada das certas notas desperta o senso de harmonia para o músico e ouvinte - um tipo de mantra instrumental. O músico Hazrat Ameer Khusaro no século XIII inventou este instrumento dividindo o Mridang ou Pakhávaj em duas partes. É o mais popular instrumento de percussão de toda a Índia. O som do lado esquerdo que também representa masculinidade, é mais grave e o lado direito vice versa. O corpo da parte direita (dayan) é de madeira e esquerda (bayan) é de cobre ou metal.
É um instrumentos mais popular nos tempos atuais para acompanhamento vocal. Também um dos mais fáceis de se tocar. Usado quase nas todas as escolas de música, por facilitar aos principiantes a noção de música clássica e popular. Existem vários modelos , por ex. simples, tipo maleta (pequeno), Scale changer (troca de escalas), tipo órgão etc.    Na Índia, por não ter afinação precisa é vedado o uso deste instrumento nas apresentações de televisão e rádios.